O regue-raiz me fascina:
Ele injeta o soro da consciência
Na flagelada e severina vida-correria.
O regue-raiz anseia
Que a negritude tenha
Audição, compreensão,
Coragem, amor, identidade,
Sede, centelha, seiva, sageza
E sangue quente correndo
Pelas sodomizadas veias
Para lutar contra a sina
De sermos mastros
Sem direito á soberana bandeira
Da abolição verdadeira.
O regue-raiz canta
A dor, a saudade, a teima
De sonharmos com a liberdade contemporânea
Afagando as nossas bochechas,
Têmpera, tez, corpo, a vontade em chamas!
O regue-raiz, afinal,
Quer que nos tornemos
Submarinos, navios,
Veleiros e barcos á vela
Quais transformem o mar
Ressequido do nosso destino
Num dos mais caudalosos
Indômitos oceanos da Terra.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
ESTE BLOGUE TEM POR COMPROMISSO EXPOR OS NOVOS POEMAS DE JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. ATENÇÃO: TODOS OS POEMAS FORAM REGISTRADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL, SITUADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SE ENCONTRAM SOB A PROTEÇÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS N° 9.610/98 BlogBlogs.Com.Br
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
VERSOS CATÁRTICOS
Farejo o aborto de ideias:
Pensamentos que anseiam
Alcançar o estado de palavra;
Acabam tendo a garganta-vácua
Por cova, arquete, mortalha,
A sua única câmara mortuária!
Farejo vales de sangue
Inundando as esquinas da vida:
Ecoa pelo espaço
O agônico bramido de fera ferida
Em virtude de mais uma morte
Por bala perdida.
Farejo a cidadania
Vivendo á base de morfina e hemodiálise:
Cidadão de primeira classe
É fazer com que toda a nação
Consuma o oxigênio da mente
E das auspiciosas oportunidades á vontade.
Farejo a mão do arco-íris
Pousar sobre o meu ombro:
Apesar da fogueira de vilanias,
Preconceitos, impotências e hipocrisias,
A esperança bate-me no peito
De afro-latinoamericano ainda!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Pensamentos que anseiam
Alcançar o estado de palavra;
Acabam tendo a garganta-vácua
Por cova, arquete, mortalha,
A sua única câmara mortuária!
Farejo vales de sangue
Inundando as esquinas da vida:
Ecoa pelo espaço
O agônico bramido de fera ferida
Em virtude de mais uma morte
Por bala perdida.
Farejo a cidadania
Vivendo á base de morfina e hemodiálise:
Cidadão de primeira classe
É fazer com que toda a nação
Consuma o oxigênio da mente
E das auspiciosas oportunidades á vontade.
Farejo a mão do arco-íris
Pousar sobre o meu ombro:
Apesar da fogueira de vilanias,
Preconceitos, impotências e hipocrisias,
A esperança bate-me no peito
De afro-latinoamericano ainda!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
ÁS PORTAS DA PSICODELIA POÉTICA
Ando comendo água pela vastidão dos bares da mente.
Ando zarpando pelo Atlântico da memória náufraga, dolente e incontinenti!
Ando constantemente prenhe de paisagens
Pululantes e sôfregas por gente.
Ah,
Como eu queria
Que soubéssemos
Ser o errático bólide do córrego infrene:
Conhecendo o sentido de se estar
Com a planta dos pés na terra;
Levados pelo remanso
De se estar plenamente
Ao sabor do ar livre;
Dispostos a polenizar a matéria
Do desconhecido que
--- á nossa frente ---
Placidamente fica á espera.
Ando sob o efeito
Da alterosa poeira,
Deixada pela energia cinética das ideias
Quais rebentam dos pensamentos quânticos:
Olhar além da gravidade,
Cujo códice de leis nos circunscreve e rege;
Mergulhar no infinito oceano
De mundos paralelos,
Fervilhando nos átomos
Da nossa pele e osso;
Flutuar sobre a onipresente
Neblina da estupradora Tirania,
Juntando-me ás Estrelas
Que formem a Luz da Chama Coletiva
Para derrotarmos a pérfida Realeza da Hipocrisia
E parirmos --- finalmente ---
O Reino da Pax-Poesia.
Ah, que temeridade que digo:
A bem da verdade,
Estou comendo água demais por dias a fio!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Ando zarpando pelo Atlântico da memória náufraga, dolente e incontinenti!
Ando constantemente prenhe de paisagens
Pululantes e sôfregas por gente.
Ah,
Como eu queria
Que soubéssemos
Ser o errático bólide do córrego infrene:
Conhecendo o sentido de se estar
Com a planta dos pés na terra;
Levados pelo remanso
De se estar plenamente
Ao sabor do ar livre;
Dispostos a polenizar a matéria
Do desconhecido que
--- á nossa frente ---
Placidamente fica á espera.
Ando sob o efeito
Da alterosa poeira,
Deixada pela energia cinética das ideias
Quais rebentam dos pensamentos quânticos:
Olhar além da gravidade,
Cujo códice de leis nos circunscreve e rege;
Mergulhar no infinito oceano
De mundos paralelos,
Fervilhando nos átomos
Da nossa pele e osso;
Flutuar sobre a onipresente
Neblina da estupradora Tirania,
Juntando-me ás Estrelas
Que formem a Luz da Chama Coletiva
Para derrotarmos a pérfida Realeza da Hipocrisia
E parirmos --- finalmente ---
O Reino da Pax-Poesia.
Ah, que temeridade que digo:
A bem da verdade,
Estou comendo água demais por dias a fio!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
quarta-feira, 4 de novembro de 2009
A SEMÂNTICA CAMINHADA DOS PENSAMENTOS
A vida é o orfanato da certeza:
Hoje se veste de monarca supremo da onipresença;
Amanhã poderá viver
Como o mais caro patrimônio da ausência.
Lembranças vagam mortas pela cabeça:
Nem mesmo poemas
Conseguem capturar a sua arcana seiva.
Migalhas são ofertadas
Com ares de bonança:
E assim, a camuflagem da sarjeta
Põe em coma o renitente sol da mudança.
A liberdade são veleiros camaliônicos
Que tentam fugir da tirania:
Seus discípulos incondicionalmente a perseguem
Ainda que morram de anorexia.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Hoje se veste de monarca supremo da onipresença;
Amanhã poderá viver
Como o mais caro patrimônio da ausência.
Lembranças vagam mortas pela cabeça:
Nem mesmo poemas
Conseguem capturar a sua arcana seiva.
Migalhas são ofertadas
Com ares de bonança:
E assim, a camuflagem da sarjeta
Põe em coma o renitente sol da mudança.
A liberdade são veleiros camaliônicos
Que tentam fugir da tirania:
Seus discípulos incondicionalmente a perseguem
Ainda que morram de anorexia.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
segunda-feira, 2 de novembro de 2009
O VOO-ODE
Eu, a vela, a nau...
Eu, a jornada, a jangada, o jogral...
Eu, as estrelas, a estrada, os estafetas, o estendal...
Eu, a balsa, a valsa, a vala, o caos, a vazante, o vau...
Eu, a seca, a perda, a eira nem beira, a geleira, o fel, a treta, a majestade do sal...
Eu, o berro, a boca, a bomba, a fraga, a flauta, a falta, a sede, o embornal...
Eu, a guerra, a TERRA, a brasa, a cratera, A PRAÇA CELESTIAL...
Eu, a viela, a berinjela, a barrela, a vinícola, a Imagética, o parreiral...
Eu, o silêncio, a mesquita, a catedral, o concreto, a moreia, a Paz, A Pá de Cal...
Eu, o poema, a cadela, os pirilampos da favela, a cena, a marola, o plenilúnio do sol...
Eu, a Caatinga, Ipanema, o mar da Bahia, a poética aridez Cabralina, o Manguezal...
Eu, a ébana lida, Xangô, Tereza Batista, O Sambista, O PAÍS DO CARNAVAL...
Eu, a laje batida, a gata lasciva, o baba dominical...
Eu, o vento, a ventania, o tempo, o outro lado da Física, a ânsia gutural...
Eu, Lião, Policarpo Quaresma, Lea, A Miragem Vil-Metal...
Eu, Luísa Main e Zeferina, Zumbi, João de Deus, Lucas Lira, O Livre Líquido
Mineral...
Eu, Marighella, Che Guevara, Lamarca, Panteão do Araguaia, REVOLUÇÃO,
O Saber de Karl, A INTERNACIONAL...
Eu, Mandela, Malcolm X, Martin Lutter King, O Incolor Sonho Imortal...
Eu, Alegria-Alegria, A Palo Seco, Refazenda, Asa BrAnCA, Milagreiro,
Roda-Viva, Ideologia, Maria-Maria, A Mosca Na Sopa,
O Bêbado E O Equilibrista, Marina, Campo de Batalha e Malandrinha,
O Vento No Litoral...
Eu, o avesso do avesso, o verso, o verbo, a sedução do realejo,
A Comédia acontecendo, o Drama de não se conhecer a si mesmo,
Ocasos, orgasmos, beijos, canaviais, carvoarias, lagrimas efusivas,
A Vida Afinal!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Eu, a jornada, a jangada, o jogral...
Eu, as estrelas, a estrada, os estafetas, o estendal...
Eu, a balsa, a valsa, a vala, o caos, a vazante, o vau...
Eu, a seca, a perda, a eira nem beira, a geleira, o fel, a treta, a majestade do sal...
Eu, o berro, a boca, a bomba, a fraga, a flauta, a falta, a sede, o embornal...
Eu, a guerra, a TERRA, a brasa, a cratera, A PRAÇA CELESTIAL...
Eu, a viela, a berinjela, a barrela, a vinícola, a Imagética, o parreiral...
Eu, o silêncio, a mesquita, a catedral, o concreto, a moreia, a Paz, A Pá de Cal...
Eu, o poema, a cadela, os pirilampos da favela, a cena, a marola, o plenilúnio do sol...
Eu, a Caatinga, Ipanema, o mar da Bahia, a poética aridez Cabralina, o Manguezal...
Eu, a ébana lida, Xangô, Tereza Batista, O Sambista, O PAÍS DO CARNAVAL...
Eu, a laje batida, a gata lasciva, o baba dominical...
Eu, o vento, a ventania, o tempo, o outro lado da Física, a ânsia gutural...
Eu, Lião, Policarpo Quaresma, Lea, A Miragem Vil-Metal...
Eu, Luísa Main e Zeferina, Zumbi, João de Deus, Lucas Lira, O Livre Líquido
Mineral...
Eu, Marighella, Che Guevara, Lamarca, Panteão do Araguaia, REVOLUÇÃO,
O Saber de Karl, A INTERNACIONAL...
Eu, Mandela, Malcolm X, Martin Lutter King, O Incolor Sonho Imortal...
Eu, Alegria-Alegria, A Palo Seco, Refazenda, Asa BrAnCA, Milagreiro,
Roda-Viva, Ideologia, Maria-Maria, A Mosca Na Sopa,
O Bêbado E O Equilibrista, Marina, Campo de Batalha e Malandrinha,
O Vento No Litoral...
Eu, o avesso do avesso, o verso, o verbo, a sedução do realejo,
A Comédia acontecendo, o Drama de não se conhecer a si mesmo,
Ocasos, orgasmos, beijos, canaviais, carvoarias, lagrimas efusivas,
A Vida Afinal!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
domingo, 1 de novembro de 2009
VENTANIAS DA MENTE
Preciso adelgaçar cometas.
Preciso nivelar-me ao celeste azul.
Preciso ler Manuel Bandeira.
Preciso ouvir As Rosas Não Falam, Free Jazz e Blues!
Preciso garimpar as incertezas da certeza.
Preciso tomar um porre de Rum.
Preciso pôr as cartas sobre a mesa.
Preciso flertar com O Bando de Teatro Olodum!
Preciso sentir a textura da tez da minha Preta.
Preciso prementemente ir á rua desnudo do habitual calandu.
Preciso assistir --- de novo --- á película O Baixio das Bestas.
Preciso pagar --- com os juros da cara --- a conta de luz!
Preciso dormir por 8 horas.
Preciso comprar os acústicos de Jorge Benjor, Seu Jorge e Paulinho da Viola.
Preciso gostar de comer chchu e saber que não sou cult.
Preciso criar coragem para suportar o peso da minha Cruz!
Preciso encarar a barrela.
Preciso fazer 1 bilhão de aquarelas.
Preciso descobrir minhas raízes no Benin ou na Nigéria.
Preciso demonstrar mais amor pela Terra.
Preciso ser Angola, Moçambique, Sudão, Somália, Etiópia e África do Sul.
Preciso chupar acerola, umbu, cajá além de caju.
Preciso largar mão de querer rimar com o fonema e o corpo da letra U!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Preciso nivelar-me ao celeste azul.
Preciso ler Manuel Bandeira.
Preciso ouvir As Rosas Não Falam, Free Jazz e Blues!
Preciso garimpar as incertezas da certeza.
Preciso tomar um porre de Rum.
Preciso pôr as cartas sobre a mesa.
Preciso flertar com O Bando de Teatro Olodum!
Preciso sentir a textura da tez da minha Preta.
Preciso prementemente ir á rua desnudo do habitual calandu.
Preciso assistir --- de novo --- á película O Baixio das Bestas.
Preciso pagar --- com os juros da cara --- a conta de luz!
Preciso dormir por 8 horas.
Preciso comprar os acústicos de Jorge Benjor, Seu Jorge e Paulinho da Viola.
Preciso gostar de comer chchu e saber que não sou cult.
Preciso criar coragem para suportar o peso da minha Cruz!
Preciso encarar a barrela.
Preciso fazer 1 bilhão de aquarelas.
Preciso descobrir minhas raízes no Benin ou na Nigéria.
Preciso demonstrar mais amor pela Terra.
Preciso ser Angola, Moçambique, Sudão, Somália, Etiópia e África do Sul.
Preciso chupar acerola, umbu, cajá além de caju.
Preciso largar mão de querer rimar com o fonema e o corpo da letra U!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
A ESTAÇÃO ABSOLUTA
A espera teve seu cobro,
Porque os matizes da rarefação
Habitam-me a mente
E copulam o meu corpo.
Tenho a leda, refrigerante e vívida sensação
De que posso flutuar qual uma pena:
Floresço como filho da ubiquidade
Pois me transmudo no hialino corcel negro
Que cavalga pelas enigmáticas e copiosas
Alamedas da esconsa face do firmamento,
Onde ascendo ao trono de escudeiro da onipresença.
Ah, ao assumir a forma do vento,
Incorporo a sua mais etérea essência!
Creio olhar as paisagens da consciência
Com plástica, total mas também sóbria clareza:
Impressiona-me como a sensibilidade,
Livre das amarras da ferina indulgência,
Faz-nos mirar, fixamente,
Nos furtivos olhos da malevolência.
No entanto, este ainda não é o crepúsculo
Da minha odisseia:
Ao ter o ensejo de prospectar
O fundo dos olhos da sádica Quimera,
Penetro-lhe no âmago da caverna,
Lugar no qual contemplo a fronte da hipocrisia:
Imagem abjeta! Abjeta! Ojeriza!
Afinal, sinto-me em paz comigo mesmo.
Entretanto a paz com o mundo
É uma atroz miragem que reina
Além das nossas humildes e impotentes vistas,
Confinadas, eternamente,
No éden dos desterros;
Uma imensurável chaga aberta
Pelos prisioneiros da inesgotável
Síndrome da cobiça, da indomada ambição,
Do maléfico e insidioso desejo!
Ah, todavia, sou
O amálgama do correr
Do guepardo e da gazela:
Apesar das intempéries de tristeza,
Que me lancinam e me laceram a mentosfera,
Durmo sereno, ao menos hoje,
Por estar sob o aconchego
Da plácida nave da Primavera.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Porque os matizes da rarefação
Habitam-me a mente
E copulam o meu corpo.
Tenho a leda, refrigerante e vívida sensação
De que posso flutuar qual uma pena:
Floresço como filho da ubiquidade
Pois me transmudo no hialino corcel negro
Que cavalga pelas enigmáticas e copiosas
Alamedas da esconsa face do firmamento,
Onde ascendo ao trono de escudeiro da onipresença.
Ah, ao assumir a forma do vento,
Incorporo a sua mais etérea essência!
Creio olhar as paisagens da consciência
Com plástica, total mas também sóbria clareza:
Impressiona-me como a sensibilidade,
Livre das amarras da ferina indulgência,
Faz-nos mirar, fixamente,
Nos furtivos olhos da malevolência.
No entanto, este ainda não é o crepúsculo
Da minha odisseia:
Ao ter o ensejo de prospectar
O fundo dos olhos da sádica Quimera,
Penetro-lhe no âmago da caverna,
Lugar no qual contemplo a fronte da hipocrisia:
Imagem abjeta! Abjeta! Ojeriza!
Afinal, sinto-me em paz comigo mesmo.
Entretanto a paz com o mundo
É uma atroz miragem que reina
Além das nossas humildes e impotentes vistas,
Confinadas, eternamente,
No éden dos desterros;
Uma imensurável chaga aberta
Pelos prisioneiros da inesgotável
Síndrome da cobiça, da indomada ambição,
Do maléfico e insidioso desejo!
Ah, todavia, sou
O amálgama do correr
Do guepardo e da gazela:
Apesar das intempéries de tristeza,
Que me lancinam e me laceram a mentosfera,
Durmo sereno, ao menos hoje,
Por estar sob o aconchego
Da plácida nave da Primavera.
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Subscrever:
Mensagens (Atom)