Forcejo e reforcejo
Com recalcitrante veemência
O parto de um mero poema:
A minha verve, ao contrário,
Quer se manter inerte,
Em coma, inacessível á pena
Deste poeta-náufrago!
Penso em solfejar
Hinos que esquartejem
A opressão, a amorosa decepção e o flagelo:
Mas, pelo oceano da mente, me navega a nau do deserto.
O pensamento meu --- afinal de contas ---
Hoje não deseja degustar o sol da poesia:
Anseia, a bem da verdade, ser o mor cemitério das ventanias!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
ESTE BLOGUE TEM POR COMPROMISSO EXPOR OS NOVOS POEMAS DE JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. ATENÇÃO: TODOS OS POEMAS FORAM REGISTRADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL, SITUADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SE ENCONTRAM SOB A PROTEÇÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS N° 9.610/98 BlogBlogs.Com.Br
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
quarta-feira, 17 de novembro de 2010
ELEGIA DE UM NÃO-PINTOR
Talvez eu fosse aquarela,
Mas sou apenas um tosco poeta.
Talvez estivesse em Guernica,
Mas testemunho --- todos os dias ---
Florescerem vítimas de banalizadas chacinas
No gigantesco tropical Paraíso do Pré-Sal
E das commodities agrícolas.
Talvez presenciasse
As pinceladas catárticas de Frida,
Mas meu ser se limita
A derramar copiosas lágrimas das vistas.
Talvez vivesse como um viçoso ébano
Que pisasse em sementes de café nos anos vinte ou quarenta
Do evo passado,
Mas me descubro um preto de pés pneumáticos
O qual --- no século XXI --- engendra
Versos natimortos na sua cabeça de asno.
Talvez pudesse dizer a Van Gogh
O quão cultuada e lucrativa
Tornou-se a sua Pintura Impressionista,
Mas somente consigo escrever
--- sobre a folha do caderno Tilibra ---
Letras de aparência carrancuda,
Abjeta: dantesca grafia!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Mas sou apenas um tosco poeta.
Talvez estivesse em Guernica,
Mas testemunho --- todos os dias ---
Florescerem vítimas de banalizadas chacinas
No gigantesco tropical Paraíso do Pré-Sal
E das commodities agrícolas.
Talvez presenciasse
As pinceladas catárticas de Frida,
Mas meu ser se limita
A derramar copiosas lágrimas das vistas.
Talvez vivesse como um viçoso ébano
Que pisasse em sementes de café nos anos vinte ou quarenta
Do evo passado,
Mas me descubro um preto de pés pneumáticos
O qual --- no século XXI --- engendra
Versos natimortos na sua cabeça de asno.
Talvez pudesse dizer a Van Gogh
O quão cultuada e lucrativa
Tornou-se a sua Pintura Impressionista,
Mas somente consigo escrever
--- sobre a folha do caderno Tilibra ---
Letras de aparência carrancuda,
Abjeta: dantesca grafia!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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