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sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O SELVAGEM LIRISMO

(TRIBUTO A HILDA HILST)


Caminhando o caminho do diverso,
Ela nos mostra a lírica contida
No ferino, íntegro e libertino verso.


E ao galopar
Cômoda e colossalmente
Sobre o lombo do Pégaso da mente,
A mestra da feérica palavra lasciva e corrosiva,
Munida do antídoto contra a hipocrisia,
Transmuda sáfaras e necrópoles da consciência
Em edens monumentais do pensamento
Cuja paixão é navegar no oceano da contínua luminescência,
Mesmo sendo bombardeada pelo inexorável sol da inveja,
Da ira mais intensa!


Ventania, Rebeldia, Anarquia, Anti-hipocrisia, Amor de carne, Fantasia:
São tantas as alamedas em que ela,
Indomada, desfila;
É tanta a energia que as suas mágicas palavras irradiam;
É tamanha a técnica que domina;
É tão imensurável a certeza de sua cintilante onipresença ladina e arredia
Que, embora seu corpo repouse
Na cidade da augusta dimensão desconhecida,
A verdadeira, alada, carnosa, líquida, alcoólica Poesia
Sua pessoa, sempre e com muita alegria,
Imortaliza!


Vai, Ursa Maior
Vai, Tempestade
Vai, poderosa Melodia
Vai, inesperado e epifânico Graal
Vai, vocabular colossal Estrela ígnea
Vai, POESIA, seja eterna e simplesmente HILDA!JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

SONG OF THE SOUL

Dentro de mim,
O balé do nada baila:
Baila á canção
Da manhã de vontades e sáfaras.


Contudo, dentro de mim,
Mais que o niilismo,
Prepondera a esperança
De que uma nova era rebente
E consigo traga
A Flora, a Aquarela, a Bonança, a auspiciosa Aura:


Oceanos da água pletórica, prenhe, fausta
Para nossa sofrida e calejada
Gente cuja corrente sanguínea
É Pujança, Fauna, Garra Leonina, Matriarca!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

terça-feira, 6 de outubro de 2009

BÍPEDE ARTIFICIAL

As pernas pneumáticas
Levam-me pelo quarto,
Pela sala, pelo subsolo,
Pela varanda, pelo corpo da casa grosso modo.


As pernas pneumáticas
Conduzem-me como um cicerone insano pelas cidades-culturas-personagens:
Lama, mar, PESCADORES, BAIANAS, marinheiros, arranha-céus, becos,
Risorts, bregas, Lacerdas, Malvinas, Ondinas, Lapinhas, LIBERDADE;


InvasÕES, Iemanjás, Sertões, Caatingas, LENçóIS, Santanas, Romaria
Amaros, Romeiros, sobrados, teatros, AlAgaDOS, Diamantinas, BRUMADOS,
Candomblés, Juazeiros, Jubiabados, ITABunas, NegrituDES, Garibaldis,
Jequiés, Cachoeiras, Oguns, Abaetés, ermidas, templos, sincréticas paisagens!


As pernas pneumáticas
Trazem-me de volta:
A minha verve de Pedro Bala adormece, de novo, sob o afago da estafa.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

sábado, 3 de outubro de 2009

A POEM TO LUCIANA SLONGO

Sábia sensoriedade que semeia jardins de prospectar
A grandeza habitante no templo do orgânico rio dramático da vida.
Sábia sensoriedade que, com sua lírica sagacidade,
Desmascara a atroz teatralidade ladinamente homicida.
Sábia sensoriedade que exala doces aromas de alacridade e magia.
Sábia sensoriedade que compõe odes e árias
Ao heliocentrismo da liberdade.
Sábia sensoriedade que carrega consigo
O gene da sensibilidade capaz de captar
A beleza do mundo,
Encerrada
No imorredouro fluir e refluir do oceano dos dias comumente jucundos.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA