O homem joga-se no abismo...
O homem transforma-se no abismo...
O homem foge agonicamente do abismo...
O homem é essencialmente o abismo...
O homem singra caminhos longos, oblíquos, doridos...
O homem, habitando a selva de pedra do mundo iníquo,
É ventania, alegria, caixão, senzala, poesia, fuzil,
Escravos chibatados sobre o pelourinho...
O homem, em facundo desafio,
Posta-se frontalmente ao feral tanque assassino...
O homem: sulcos, dédalos, pedras, espinhos...
O homem pugna contra os doze signos do abismo...
O homem cai e se soergue assertivo, altivo...
O homem, favelas, utopias, trampos, caatingas, Sonoras, Savanas, redemoinhos...
O homem sonha com o sol da dignidade e do altruísmo...
O homem fica preso no templo da vilania e do egoísmo...
O homem trafega pela rodovia da vida-morte em período contínuo....
O homem perde-se entre amores, saudades, vórtices, descaminhos...
O homem floresce como laranjeira, esmeralda, pendão, criptográfico pergaminho:
A certeza jazendo na vivenda do eternal exílio!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
ESTE BLOGUE TEM POR COMPROMISSO EXPOR OS NOVOS POEMAS DE JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA. ATENÇÃO: TODOS OS POEMAS FORAM REGISTRADOS PELA BIBLIOTECA NACIONAL, SITUADA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO E SE ENCONTRAM SOB A PROTEÇÃO DA LEI DOS DIREITOS AUTORAIS N° 9.610/98 BlogBlogs.Com.Br
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
O TOM MAIOR DO DIVAGAR
Penso com fôlego, sem fôlego:
A mente mastiga a frase
Poder ao Povo,
E não consigo tornar exequível o sonho.
A mente vaga errante, errática
Por descampados, vácuos e reinos da impotência:
Lugares onde a miséria humana
Faz-se a eterna etérea presença!
Cavalga-me pelas pradarias da verve
A voz de Renato cantando
Vento no Litoral,
Enquanto a voz de Cazuza,
Buscando agônica
A ideologia perdida,
Adormece nas asas
Da sua precoce supernova afinal.
Ah, é quando o ladrar pressuroso
Dos cachorros expulsa
A minha consciência
Da labiríntica viagem --- até então ---
Á margem do taciturno sabor do pouso
Sobre o solo da gravitacional realidade.
Enfim sinto passear,
Pela rodovia da boca,
O antigo gosto da vida-normalidade;
Entretanto, para não deixar esta aventura
Ao bel-prazer de uma página em branco,
Procuro a flor da catarse,
Que germina e desabrocha
Como um poema prolixo, insano:
Facunda topografia do absurdo humano!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
A mente mastiga a frase
Poder ao Povo,
E não consigo tornar exequível o sonho.
A mente vaga errante, errática
Por descampados, vácuos e reinos da impotência:
Lugares onde a miséria humana
Faz-se a eterna etérea presença!
Cavalga-me pelas pradarias da verve
A voz de Renato cantando
Vento no Litoral,
Enquanto a voz de Cazuza,
Buscando agônica
A ideologia perdida,
Adormece nas asas
Da sua precoce supernova afinal.
Ah, é quando o ladrar pressuroso
Dos cachorros expulsa
A minha consciência
Da labiríntica viagem --- até então ---
Á margem do taciturno sabor do pouso
Sobre o solo da gravitacional realidade.
Enfim sinto passear,
Pela rodovia da boca,
O antigo gosto da vida-normalidade;
Entretanto, para não deixar esta aventura
Ao bel-prazer de uma página em branco,
Procuro a flor da catarse,
Que germina e desabrocha
Como um poema prolixo, insano:
Facunda topografia do absurdo humano!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
A LIRA DA HIPOTERMIA
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia,
No entanto,
Os pensamentos
Não aderem
Ao império do mármore:
A bem da verdade,
São vulcânicos desertos
Do Saara e do Mojave!
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Penso nos entes
De antártico
Coração transformando
Mares majestosos
De candura e crisálida
Em infinitas úlceras multiplicadas
Cuja missão é criar bactérias
Quais sepulcralizam a alma.
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Não obstante
A brisa malina,
Os condôminos de rua
Deitam ---
Prematuramente ---
Na sepultura
Ao se tornarem
Almoço ou janta
Da nossa venerável
Sociedade fraternal,
Nobre, magnânima, humana!
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
A tristeza gélida
Empedra a lareira
Dos solares sentimentos,
Matando os sonhos
E seus rebentos.
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Nada perto ou equidistante...
Nada ao longe...
Nada aquém...
Nada além
De hipotérmicos,
Decrépitos
E esqueléticos
Horizontes!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
Prepondera
No corrente dia,
No entanto,
Os pensamentos
Não aderem
Ao império do mármore:
A bem da verdade,
São vulcânicos desertos
Do Saara e do Mojave!
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Penso nos entes
De antártico
Coração transformando
Mares majestosos
De candura e crisálida
Em infinitas úlceras multiplicadas
Cuja missão é criar bactérias
Quais sepulcralizam a alma.
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Não obstante
A brisa malina,
Os condôminos de rua
Deitam ---
Prematuramente ---
Na sepultura
Ao se tornarem
Almoço ou janta
Da nossa venerável
Sociedade fraternal,
Nobre, magnânima, humana!
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
A tristeza gélida
Empedra a lareira
Dos solares sentimentos,
Matando os sonhos
E seus rebentos.
A atmosfera fria
Prepondera
No corrente dia:
Nada perto ou equidistante...
Nada ao longe...
Nada aquém...
Nada além
De hipotérmicos,
Decrépitos
E esqueléticos
Horizontes!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
sábado, 4 de setembro de 2010
BEBENDO O MAR DA INSANIDADE
Um gesto coíbe a lágrima:
A glória e a angústia se amalgamam,
Se entrelaçam, se abraçam, se procuram, se misturam,
Se mastigam, se adaptam, se compactam, se fecundam,
Se masturbam e se adicionam hirsutos
Ao sabor dos pensamentos mitômanos, confusos,
Gerando uma insólita & desvairada
Alegria atormentada em relação
Ás aquarelas assenzaladas quais sequestram,
Flagelam ou sepultam
O oceano fluente pelo cérebro á beira
Do abismo profundo.
Ah, pensar também
Que integro o elenco
De reféns desta maré maligna:
Ora como um espectador impotente
Por não poder ser reativo
Quando a peçonha da violência,
Da cobiça e da autocracia
Preda a candura ---- até então,
Mantida incólume ainda, quanto
Á sua alma, á sua lírica arquitetura ---
Pois a consciência sente a dolência
De viver em infinita clausura;
Ora sentindo o amargor
De fruta cítrica
Da amorosa sensaboria
Fazendo malsãs investidas,
Cheias de sedução e aleivosia
Contra a aurora da fantasia
Quando a arte da conquista
Vira planeta em sangria;
Ora completamente imerso
Na piscina labiríntica
Do meu mundo-ego,
Hades onde
Os demônios --- apátridas
Da indulgência e da fidalguia ---
Castram-me o combustível qual alimenta,
De maneira apaixonadamente feroz e fidedigna,
A fogueira ativista contra o império da hidra,
Além de devorar --- tal se fosse
Um cardume celerado
De famintas piranhas assassinas ---
O lume do farol que mantém viva e fortifica
A energia do Corcel da tranquilidade assertiva,
Da solar lira!
Ah, não desejo mais
Que o nosso destino
Caiba --- de modo conciso ---
Na palma da mão
Do vácuo empedernido:
Ao contrário,
Espero incansável
Que a manhã-mor
Do equinócio auspicioso ecloda,
Portando consigo o sol do denodo,
Do arco-íris onde mora o regozijo do sonho,
Da flora, da fauna, da via Láctea do ouro,
Da Poesia que liberta a Mente do Povo!
Mas o império da pedra
Mostra o verdadeiro timoneiro
Do navio da realidade:
Ele ostenta a face
De canções quais assassinam a jocosa tarde
E levam ao templo do abate
O carcereiro da catástrofe.
Então minha rijeza
Vira mármore:
A poesia cuja centelha
Irrompe do Rio São Francisco
Dos meus versos
É catarse trôpega, lôbrega, estéril:
A realeza maior dos tétricos cemitérios!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
A glória e a angústia se amalgamam,
Se entrelaçam, se abraçam, se procuram, se misturam,
Se mastigam, se adaptam, se compactam, se fecundam,
Se masturbam e se adicionam hirsutos
Ao sabor dos pensamentos mitômanos, confusos,
Gerando uma insólita & desvairada
Alegria atormentada em relação
Ás aquarelas assenzaladas quais sequestram,
Flagelam ou sepultam
O oceano fluente pelo cérebro á beira
Do abismo profundo.
Ah, pensar também
Que integro o elenco
De reféns desta maré maligna:
Ora como um espectador impotente
Por não poder ser reativo
Quando a peçonha da violência,
Da cobiça e da autocracia
Preda a candura ---- até então,
Mantida incólume ainda, quanto
Á sua alma, á sua lírica arquitetura ---
Pois a consciência sente a dolência
De viver em infinita clausura;
Ora sentindo o amargor
De fruta cítrica
Da amorosa sensaboria
Fazendo malsãs investidas,
Cheias de sedução e aleivosia
Contra a aurora da fantasia
Quando a arte da conquista
Vira planeta em sangria;
Ora completamente imerso
Na piscina labiríntica
Do meu mundo-ego,
Hades onde
Os demônios --- apátridas
Da indulgência e da fidalguia ---
Castram-me o combustível qual alimenta,
De maneira apaixonadamente feroz e fidedigna,
A fogueira ativista contra o império da hidra,
Além de devorar --- tal se fosse
Um cardume celerado
De famintas piranhas assassinas ---
O lume do farol que mantém viva e fortifica
A energia do Corcel da tranquilidade assertiva,
Da solar lira!
Ah, não desejo mais
Que o nosso destino
Caiba --- de modo conciso ---
Na palma da mão
Do vácuo empedernido:
Ao contrário,
Espero incansável
Que a manhã-mor
Do equinócio auspicioso ecloda,
Portando consigo o sol do denodo,
Do arco-íris onde mora o regozijo do sonho,
Da flora, da fauna, da via Láctea do ouro,
Da Poesia que liberta a Mente do Povo!
Mas o império da pedra
Mostra o verdadeiro timoneiro
Do navio da realidade:
Ele ostenta a face
De canções quais assassinam a jocosa tarde
E levam ao templo do abate
O carcereiro da catástrofe.
Então minha rijeza
Vira mármore:
A poesia cuja centelha
Irrompe do Rio São Francisco
Dos meus versos
É catarse trôpega, lôbrega, estéril:
A realeza maior dos tétricos cemitérios!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
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