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quarta-feira, 24 de março de 2010

UTOPIA MOVEDIÇA

Eu quisera um reino de girassóis:
A semeadura da labuta e sonhos
Colhendo o pólen do amanhã.


Eu quisera um reino de girassóis:
Contudo, de inicio, descobri
Ser necessário me despir
Da aura do voo do albatroz,


Pois a empreitada da Esperança
E de se fazer eterno Verão, Primavera, Bonança
Demanda a ação coesa, compacta
Do voar dos pássaros em revoada.


Eu quisera um reino de girassóis:
Arar a humana terra, nutri-la, umedecê-la
Com o H2O da Revolução Leonina, Escarlate e Serena!


Eu quisera um reino de girassóis:
Poder testemunhar
A Flora da equanimidade, altruísmo, nobreza
Vicejar, radiosa e triunfante, de nossas Cabeças.

Eu quisera um reino de girassóis,
Mas compreendi que o ópio das migalhas,
Dissolvido no ácido cotidiano das almas,
Mutilara o desejo de indômita ventania
Que habita a Sapiens massa encefálica, abrasiva!


Eu quisera um reino de girassóis:
Fiquei apenas com o gosto
Marmóreo e amargo de túmulo na boca,
Sequiosa pela chegada da Era ensolarada.


JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

http://bocamenordapoesia.webnode.com.pt/
• http://twitter.com/jessebarbosa27

1 comentário:

Cleide A. B. Yamamoto disse...

Que bom conhecer o seu blog, seus versos são belíssimos, Jessé. abraço, Cleide