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sexta-feira, 20 de novembro de 2009

FREE SOUND

O regue-raiz me fascina:
Ele injeta o soro da consciência
Na flagelada e severina vida-correria.


O regue-raiz anseia
Que a negritude tenha
Audição, compreensão,
Coragem, amor, identidade,
Sede, centelha, seiva, sageza
E sangue quente correndo
Pelas sodomizadas veias
Para lutar contra a sina
De sermos mastros
Sem direito á soberana bandeira
Da abolição verdadeira.


O regue-raiz canta
A dor, a saudade, a teima
De sonharmos com a liberdade contemporânea
Afagando as nossas bochechas,
Têmpera, tez, corpo, a vontade em chamas!


O regue-raiz, afinal,
Quer que nos tornemos
Submarinos, navios,
Veleiros e barcos á vela
Quais transformem o mar
Ressequido do nosso destino
Num dos mais caudalosos
Indômitos oceanos da Terra.

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

1 comentário:

Márcia Vilarinho disse...

A consciência é a transcendência da alma e ela não se expressa apenas todos os dias, senão por toda a eternidade. Gostei muito do seu poema. Aliás já sou sua fâ de carteirinha. Abraços