Forcejo e reforcejo
Com recalcitrante veemência
O parto de um mero poema:
A minha verve, ao contrário,
Quer se manter inerte,
Em coma, inacessível á pena
Deste poeta-náufrago!
Penso em solfejar
Hinos que esquartejem
A opressão, a amorosa decepção e o flagelo:
Mas, pelo oceano da mente, me navega a nau do deserto.
O pensamento meu --- afinal de contas ---
Hoje não deseja degustar o sol da poesia:
Anseia, a bem da verdade, ser o mor cemitério das ventanias!
JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
2 comentários:
Caro poeta, adorei seu poema, ele cala fundo na alma e extrai dali o inimaginável. Ele fala de coisas abstratas que se tornam concretas com o toque sutil da imaginação. Meus parabéns.
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